Isso é a América
No vídeo, Childish Gambino aparece sem camisa em um grande galpão. O personagem do rapper sorri para a câmera e faz vários passos de dança. Mas também usa pistolas e metralhadoras para disparar contra vítimas negras no exato momento em que a letra da música diz "This is America" (Isso é a América, em tradução).
O clipe é satírico, brutalmente violento e cheio de simbologias americanas. E traz uma linguagem que se confunde com entretenimento, mas acaba criticando explícita e graficamente alguns dos valores defendidos atualmente nos EUA.
Desde que foi ao ar, fãs têm dissecado as referências de "This is America" à religião, política e cultura negra na música e na dança.
Algumas são claras. É o caso da cena em que Gambino atira contra um coral gospel em alusão ao massacre de uma comunidade negra em Charleston, na Carolina do Sul, em 2015.
Outras referências são mais discretas. Na imagem abaixo, o rapper é visto imitando os trejeitos de Jim Crow, caricatura da história americana que ilustra "o negro que pensa que é branco" e acabou virando um conjunto de leis que legitimava a segregação racial no século XIX.
Também há quem diga que o homem visto na cena inicial de "This is America" é o pai de Trayvon Martin, adolescente negro (e inocente) morto por um vigia na Flórida, em 2012.